Técnicas de Pintura
Técnicas de Pintura com tintas Anticorrosivas.
Técnicas de Aplicação
Independente do material a ser pintado (ou repintado) e o processo utilizado, um bom trabalho começa sempre com a correta preparação da superfície. Esta etapa é que vai garantir a durabilidade e perfeito acabamento. Importante: Equipamentos de Proteção.
As principais técnicas de aplicação de tinta e revestimentos líquidos são:
TRINCHA: É o mais elementar dos métodos de pintura líquida, por ser uma ferramenta simples e, consequentemente, de baixo custo, além de não requerer grande capacitação do aplicador. É o método mais indicado para a aplicação da primeira demão de tinta anticorrosiva em cordões de solda, reentrâncias, cantos vivos e demais acidentes, onde os outros métodos de aplicação poderiam deixar falhas, devido à dificuldade de penetração ou à deposição da tinta. A aplicação à trincha permite que suas cerdas levem a tinta à cavidade e às demais regiões de difícil acesso. Conseguem-se, através da aplicação com a trincha, elevadas espessuras de película seca, pois a tinta pode ser aplicada sem diluição. É um método de baixa produtividade, tendo baixo rendimento de aplicação se comparado com os demais métodos. Por maior que seja a habilidade do aplicador, tende a dar origem a películas não-uniformes, particularmente em termos de espessura. Este é o recurso mais simples para aplicação de tinta Anticorrosiva. Apresenta as seguintes características:
É necessário usar pincel na pintura de cordões de solda, em reentrâncias, cantos vivos etc. As cerdas preenchem as irregularidades da superfície.
Exemplo de aplicação com trincha em condões de soldas ROLO: É, junto com a pistola convencional (pistola a ar), o mais tradicional método de aplicação de tinta anticorrosiva na pintura líquida industrial executada no campo. É um método de aplicação que viabiliza a obtenção de elevadas espessuras por demão, além de alcançar maior produtividade do que a trincha. As perdas de tinta durante a aplicação são em princípio superiores às da trincha, devido principalmente a respingos, porém, o fato de se conseguir espessuras mais uniformes do que aquele método tende a igualar suas perdas. Exigem diluição ligeiramente superior à exigida pela trincha. O método de aplicação a rolo é particularmente aplicável à pintura de grandes áreas planas ou com grande raio de curvatura, na presença de ventos, onde a aplicação à pistola levaria a elevadas perdas de tinta. Os rolos fabricados a partir de pêlo de carneiro são de melhor qualidade para aplicação da maioria das tintas utilizadas em pintura industrial. O rolo mais utilizado tem largura de 150mm, sendo eventualmente utilizado o de 50mm para superfícies de menor dimensão, como cantoneiras e tubulações de pequeno diâmetro. A pintura com rolo é um dos recursos mais utilizados. Apresenta as seguintes características:
O rolo é utilizado na pintura de superfícies planas, ou com grande porte, bem como em edificações com estruturas metálicas ou de alvenaria (pintura arquitetônica). Os rolos têm dimensões variadas, possibilitando a pintura de tubulações e de estruturas de menor porte.
Exemplo de aplicação com rolo em tanque
PISTOLA CONVENCIONAL (PULVERIZAÇÃO A AR COMPRIMIDO)
Na pistola convencional, ou pistola a ar, a tinta líquida, depositada no recipiente, é expulsa em direção ao bico da pistola pela ação da pressão do ar. É um método de aplicação de tinta anticorrosiva muito utilizado em pintura industrial, não só na pintura de campo como na de oficina. Além de ser um método de aplicação de tinta que apresenta grande produtividade, tem como característica a obtenção de espessura de película quase que constante ao longo de toda a superfície pintada, o que não é, em termos práticos, possível com os métodos da trincha e do rolo. A aplicação da tinta pelo método da pistola convencional requer que a mesma seja diluída mais do que com qualquer outro método, para adequar sua viciosidade, de norma que ela possa fluir do recipiente até a pistola pela ação da pressão do ar. Como consequência desta excessiva diluição, o método tem duas desvantagens significativas. A primeira é que, com a evaporação do solvente, há uma sensível redução da espessura de película úmida para seca. Assim, as tintas de alta espessura, aquelas que devem ser aplicadas com espessura superior a 100 micrometros, apresentam dificuldades de serem aplicadas pelo método da pistola convencional em uma única demão, A segunda desvantagem diz respeito às falhas observadas pela película seca, devido à evaporação do solvente, que podem dar lugar a poros, crateras ou bolha. Algumas tintas, como as de esmalte epóxi de baixa espessura, quando aplicadas por este método, revelam falhas excessivas desta natureza. O método de aplicação por pistola convencional apresenta ainda como limitação o fato de levar a excessivas perdas de tintas durante a aplicação, da ordem de 25%, e os riscos de segurança, observados quando a aplicação é feita em ambientes fechados, são significativos, devidos ao excessivo acumulo de solventes. Existem dois tipos de equipamentos tidos como pistola convencional. Nos mais simples, o recipiente é acoplado diretamente à pistola. No outro, a tinta é depositada em um grande recipiente e, através de mangueiras, pela ação da pressão do ar injetado dentro do recipiente, chega até a pistola. Logicamente, o segundo equipamento, vulgarmente conhecido como pistolão, apresenta várias vantagens em relação ao primeiro. O pequeno recipiente do primeiro equipamento acarreta freqüentes interrupções da aplicação para enchimento do mesmo com tinta. Outra grande vantagem do segundo equipamento é que a pistola fica mais leve, uma vez que o recipiente onde a tinta é depositada não fica acoplado à mesma, como acontece com o primeiro equipamento.
Apresenta as seguintes características:
A pintura em oficina apresenta riscos de segurança devido à elevada concentração de vapores de solventes. A oficina precisa dispor, portanto, de sistemas de exaustão e de lavagem dos vapores e névoas de solventes e resinas, para evitar intoxicação e contaminação.
Exemplo de pistola convencional Como pode ser observado nas figuras existem duas configurações de instalação. Na terceira figura, o recipiente de tinta acoplado à pistola dificulta sua manipulação e exige interrupções para recarga de tinta, devido ao tamanho pequeno do seu copo. A Primeira figura ilustra uma instalação em que o recipiente tem uma instalação em que o recipiente tem um volume muito maior. Com isso, reduz-se a necessidade de recargas. A manipulação da pistola fica mais fácil porque ela não está acoplada ao recipiente. Portanto, têm-se as vantagens de maior conforto, maior produtividade e de obtenção de película mais uniformes. No uso da pistola convencional, devem ser observados os seguintes cuidados:
As figuras mostram detalhes da técnica de aplicação da tinta, indicando posições e movimentos corretos e incorretos.
Manter a capa de mistura a uma distância de 15 a 25 cm (aproximadamente 1 palmo da superfície a ser pintada).
PRESSÃO DE PULVERIZAÇÃO é a pressão medida na saída do filtro de ar do compressor e é responsável pelo aumento da velocidade da tinta, diminuição das partículas o que proporcionara um acabamento melhor, aumento de poeira de pulverização e diminuição de transferência de material para a peça.
PRESSÃO DO TANQUE é a pressão medida no corpo do tanque e é responsável pelo aumento de transferência de material para a peça consequentemente aumento na espessura e aumento do desgaste por atrito dos internos da pistola.
As partes mais importantes de uma pistola convencional são: 1) Parafuso de ajuste da agulha - Controla a quantidade de tinta que sai da pistola. 2) Parafuso de ajuste de ar - Regula a pressão de pulverização e a abertura e configuração do leque. 3) Bico - Em conjunto com a capa funciona como uma válvula de tinta. É responsável pela vazão da tinta, volume de material a ser pulverizado, que varia proporcionalmente ao diâmetro do bico. 4) Agulha - Funciona como válvula de tinta em conjunto com o bico. 5) Capa - Combinada com o conjunto bico / agulha é responsável pela pulverização e tamanho do leque. 6) Válvula de ar - Libera a passagem de pulverização sem controlar a pressão. 7) Gatilho - É o responsável pelo acionamento da válvula de ar e da agulha.
PISTOLA SE AR (airless): A pistola sem ar é, dos métodos disponíveis para aplicação de tinta líquida no campo, aquele que obtém a melhor qualidade de pintura e, consequentemente, o maior desempenho do esquema de pintura. Ao contrário da pistola convencional, que utiliza o ar para atomização da tinta, a pintura sem ar utiliza uma bomba, acionada pneumaticamente, para pressurizar a tinta, e a energia com que a mesma chega ao bico da pistola provoca sua pulverização. Pressões da ordem de até 30 MPa (cerca de 300 kg/cm²) permitem que sejam aplicadas, com este método, tintas com elevadas quantidades de sólidos por volume (tintas sem solventes), sem a necessidade de diluição e em espessuras elevadas. A não-diluição com solvente, além de permitir a aplicação de tintas com elevadas espessuras por demão, minimiza, de forma significativa, as falhas das películas de tintas aplicadas pelo método da pistola convencional, como os poros, crateras e bolhas. Além de ser um método que permite a aplicação de películas de tintas com propriedades uniformes, em termos de espessura e baixa incidência de falhas, é de elevada produtividade e tem perdas de tinta na aplicação bastante reduzidas, da ordem de 20%.
As bombas airless podem ser de dois tipos: Monocomponente e Bicomponente. Monocomponente são aquelas onde a mistura dos componentes de uma tinta é feita antes de passar pela bomba e Bicomponente são as bombas onde a mistura dos componentes na mangueira, próximo a pistola de pulverização. Exemplos abaixo:
As Características desse processo são: ü Aplicação de tintas com alto teor de sólidos por volume (tintas sem solvente), sem a necessidade de diluição, e em elevadas espessuras; ü Diminuição de falhas como poros, crateras e bolhas; ü Películas uniformes; ü Elevada produtividade; ü Redução de perda de tinta. O uso da pistola sem ar possibilita melhor qualidade e mais tempo de vida útil à pintura. Entretanto, o custo da instalação é elevado. Requer mão de obra qualificada e experiente para sua utilização, exigindo cuidados especiais de segurança devido às altas pressões. |